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| 6 meses em Moçambique |
Há seis meses atrás cheguei à terra dos pés deslcalços - Moçambique.
Este país que me acolheu de braços abertos e já me ensinou tanto, mas que ainda tem tanto por ensinar, onde já conheci belos lugares, mas muitos mais faltam descobrir...
Há seis meses atrás trazia na mala muitos medos, receios, expectativas, sonhos e muita vontade de conhecer novas realidades... Hoje olho para trás, vejo que os medos e receios se desvaneceram, mas aumentaram e alteraram-se os sonhos, a vontade de conhecer e as expectativas são cada vez mais elevadas.
Aqui neste país onde muitos pensam que a realidade que vivemos é uma ilusão, neste país onde as ruas estão sujas e há pessoas a comer nos caixotes do lixo, onde o que gastamos muitas vezes num fim de semana é mais do que eles ganham num mês, onde a injustiça social é tão grande que parece não haver forma de fazer justiça, onde a cada momento alguém fica doente com gravidade, onde em cada pequena coisa que é necessário fazer os refrescos ajudam muito, onde há tanta coisa bonita ao abandono, onde as crianças pedem na rua... Onde na realidade para o choque de muitos e espanto de outros tantos me sinto em casa.
Em Moçambique, este belo país que tem a capacidade de mudar as pessoas, de despertar o melhor que há em nós e de nos fazer apaixonar por ele de forma inexplicável.
Nestes seis meses vivi de forma intensa, fiz novas amizades, conheci novos lugares, novas culturas, emocionei-me e ri-me muitas vezes, cresci emocionalmente.
A decisão de vir e deixar tudo para trás não foi fácil, existou um trade-off cujo preço tive de pagar...mas nada no mundo paga o sorriso que voltou a nascer no meu rosto.
Deixo-vos momentos destes seis meses...espero que gostem
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| Paisagens |
2 comentários:
É com um sentimento de alegria que vejo a forma com te expressas.
Do teu comentário retenho a razão pelo qual a maioria das pessoas nunca irão para Moçambique, em particular, e África como um todo... local onde mais de 90% da população vive do nada. Maputo é uma cidade na qual os ricos vivem com medo e os pobres sobrevivem... só após passar por lá é que se entende o porquê de uma pequena subida dos preços dos "chapas" leva a uma crise social; uma sociedade na qual se tens o azar de nascer pobre, vais ser pobre toda a vida.
Outro aspecto do teu texto é o trade-off de que falas, na vida não existem almoços grátis; mas também só assim é que tem piada viver, doutra forma era uma monotonia.
Para terminar... só tenho a dizer que o bem estar, expresso no brilho no olhar não tem preço, continua. São o desejo do sempre amigo Pedro Almeida
É o 2º comentário que deixo no blog... Desde que o vi que o visito diariamente procurando novidades... A minha mulher amou todas as pequenas aventuras e peripécias. Já enviei a URL do blog a alguns amigos e não deixo de falar neste espaço a quem comigo priva...
Trade-off: Como falei no 1º comentário, vou para Maputo a 3 de Junho... E vou com o coração nas mãos, pois deixo a minha mulher e os meus 2 filhos em Pt (devem chegar 3/4 meses depois), mas depois de ler "6 meses depois" e ver que "nada paga o sorriso que voltou a nascer no meu rosto" acho que não foi um trade-off e sim um trade-on, isto se entendermos que "trade" apesar da conotação com negócio, aqui é uma mudança...
Mais uma vez parabéns pelo Blog!
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