segunda-feira, 30 de junho de 2008

Fim de semana na Ponta do Ouro

Este fim-de-semana voltei à Ponta do Ouro. A primeira vez que lá estive foi com o Ferraz, o Zé Pedro, o Jorge e a Louise e foi um fim-de-semana em grande.
Posso dizer que este também foi um fim-de-semana em grande e igualmente divertido…
Se da primeira vez foi a novidade de sair de Maputo, conhecer uma praia Moçambicana, experimentar as águas quentes do Indico e apanhar banhos de sol, usufruir da companhia dos novos amigos onde reinou a animação e boa disposição. Desta vez foi não foi muito diferente no que diz respeito à animação, bem pelo contrário, já há muito que não me ria tanto.
A nossa aventura começou às 11h30 quando saímos de Maputo em Direcção à Ponta do Ouro, como já era tarde decidimos não apanhar o batelão (uma espécie de ferry-boat em Moçambique), fomos por Boane. A estrada, de terra batida estava cheia de buracos, muitos saltos dei eu nesta viagem.
A primeira peripécia foi quando ouvimos um barulho estranho como se tivéssemos perdido algo e de facto tínhamos perdido, um dos faróis de longo alcance não resistiu a tanto salto e decidiu saltar fora. Apanhamos o dito e seguimos viagem, uns quantos buracos, saltos e desvios depois começamos a ouvir um barulho no tejadilho, paramos eu subi ao tejadilho e vi que uma das barra de transporte de carga se tinha desencaixado, lá coloquei no sitio e seguimos viagem.
Nos entre tantos de tudo isto e porque o carro da Filipa é um carro famoso, havia um pequeno pedaço de pano colado no tecto que teimava em descolar-se, o desgraçado do Miguel teimava em tentar cola-lo, mas o pano era mais teimoso, até que ele foi grande parte da viagem com a mão a fazer pressão para aquilo não cair até que decidimos arrancar aquilo fora.
Chegados são e salvos à Ponta do Ouro e depois de uma viagem de 4h estávamos desejosos de descanso, quando chegamos fomos descansar um pouco…
Quando mais tarde fui à praia ver o mar, ouvir o barulho das ondas, olhar o horizonte naquela perspectiva…trouxe-me muito boas recordações.
No domingo A Filipa e o Miguel apesar da chuva que se fazia sentir foram mergulhar, como não havia muito mais para fazer fiquei à conversa com o outro companheiro de viagem. Depois do mergulho eles vinham um pouco enjoados, a Filipa gelada com o frio que estava e a precisar de descansar…
Saímos para Maputo já tarde, ao sair da ponta do ouro passamos perto de mais de uma arvore ouvimos um barulho estranho e seguimos, 500mts à frente paramos para ver o que se passava a dita barra desta vez tinha partido uma peça e estava a bater no tejadilho, retiramos a mesma e seguimos viagem.
Muitos saltos, alguns enjoos e muita lama depois chegamos ao batelão a tempo de apanhar o último que fazia a travessia. Enquanto estávamos na fila eu meti-me com o carro que estava À nossa frente a colocar uma matrícula de papel, porque eles tinham perdido a deles… ele muito descontraidamente diz, não gozes porque não tens a tua. Conclusão perdemos também a matricula e nem sequer tínhamos percebido.
Saldo final da viagem: menos um farol de longo alcance, menos uma barra de transporte de carga, menos uma matrícula, alguns enjoos e nenhuma carga ao mar, muitas gargalhadas e boa disposição.


Ponta do Ouro

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Reflexo



Reflexo num espelho… reflexo de mim… reflexo de um momento… reflexo de uma reflexão…
Porque há dias assim, em que acordamos, olhamo-nos ao espelho e pensamos, pensamos em tudo e ao mesmo tempo em nada, pensamos em momentos vividos, pensamos em lugares que visitamos e pessoas que conhecemos, pensamos nas opções que fizemos um dia, pensamos no que somos e no que ainda queremos ser…
Pensamos em todo o caminho que percorremos e no que ainda queremos percorrer, pensamos que estar longe nos faz crescer, que a solidão que por vezes nos assola é normal, que todos passaram pelo mesmo, pensamos que temos de viver mais, que temos de conhecer mais, pensamos de que forma podemos deixar o nosso testemunho, de que forma podemos deixar um reflexo de nós nas pessoas que nos rodeiam e no trabalho que fazemos.
Apenas pensamos, não temos de chegar a conclusões, porque há dias… há dias em que apenas pensamos. As respostas… as respostas essas, vêm por vezes mais tarde.

domingo, 15 de junho de 2008


Sentada na varanda, sentindo a fresca brisa do Indico que se faz sentir neste Outono africano, olho o mar e penso.
Penso em tudo o que deixei para trás, penso em tudo o que aprendi, penso no que chorei e no que ri, penso em todas as pessoas que já conheci e nas que ainda vou conhecer, em todas as que já me despedi e de todas as que vou ter de me despedir…

Porque viver fora é saber lidar com despedidas, é saber lidar com perdermos um pouco de nós quando alguém parte, é perdemos companheiros de aventuras e desventuras, mas é ao mesmo tempo ganharmos conhecimento de nós próprios, das nossa fragilidades e dos nossos limites, é acima de tudo aprender a lidar com a solidão…